Avaliação da capacidade de rebrotamento pós-distúrbio das plantas lenhosas típicas dos campos rupestres
DOI:
https://doi.org/10.25260/EA.14.24.3.0.13Resumen
Ecología Austral, 24:350-355 (2014)
As plantas possuem eficientes mecanismos a fim de se estabelecerem e permanecerem no ambiente. Um desses mecanismo é capacidade de rebrotamento que algumas espécies apresentam, muitas delas associadas à ambientes propensos à queimadas como é o caso dos ambientes dos campos rupestres. Nesse trabalho foi avaliado a capacidade e morfologia de rebrotamento pós distúrbio em duas populações típicas nos campos rupestres da Serra do Cipó, testando a hipótese de que o fogo (agente do distúrbio) é um agente seletivo dessas espécies e que elas apresentam então esse mecanismo de rebrotamento pós-distúrbio. Para o trabalho foram escolhidas as populações de Dalbergia miscolobium e de Vochysia thyrsoideae que perderam biomassa sobre o solo devido à intensa queimada na Serra do Cipó. Essas espécies apresentaram portanto, diferentes estratégias de rebrotamento onde D. miscolobium rebrotou a partir do chão, de estruturas capazes de armazenar amido (lignotuber) que favorece esse tipo de recomposição de biomassa. Por outro lado, V. thyrsoidea garante a proteção de suas gemas pela espessura do CAP. Essas gemas protegidas passam a rebrotar a partir da casca da árvores, chamadas de gemas epicórnicas. Nossos dados além de mostrar o sucesso de recuperação dos órgãos fotossintéticos a partir do rebrotamento e das características da arquitetura de construção dos módulos para cada espécie, nos permitiu sugerir que o sucesso do rebrotamento e recuperação da biomassa sobre o solo, esteja relacionado com a quantidade de recursos alocados para essa função. O fogo portanto, pode atuar como agente seletivo de espécies eficientes quanto ao rebrotamento nos campos rupestres, uma vez que as características de rebrotamento exibidas para esse ambiente é similar às características apresentadas por outras espécies em outros ambientes também propensos à queimadas.
Citas
BELLINGHAN, PJ. & AD SPARROW. 2000. Resprouting as a life history strategy in woody plant communities. Oikos, 89:409-416.
BOND, WJ. & JE KEELEY. 2005. Fire as a global ‘herbivore’: the ecology and evolution of flammable ecosystems. Trends Ecol Evol, 20:387–394.
BOND, WJ. & JJ MIDGLEY. 2001. Ecology of sprouting in woody plants: the persistence niche. Trends Ecol Evol, 16:45-51.
BOUCHER, DH; JH VANDERMEER; MA MALLONA; N ZAMORA & I PERFECTO. 1994. Resistance and resilience in a directly regenerating rainforest: Nicaraguan trees of the Vochysiaceae after Hurricane Joan. Forest Ecol Manag, 68:127-136.
BURROWS, GE. 2002. Epicormic strand structure in Angophora, Eucalyptus and Lophostemon (Myrtaceae): implications for fore resistance and recovery. New Phytol, 153:111-131.
CAMPOS, HR; SA CARDOSO SILVA & FJ SOARES JUNIOR. 2011. Estrutura populacional de Vochysia thyrsoidea Pohl. em uma área de transição entre Cerrado stricto sensu e campo rupestre, no município de Ingá, Minas Gerais, Brasil. Rev Bio, 17:5-14.
CANADELL, J & L LÓPEZ-SORIA 1998. Lignotuber reserves support regrowth following clipping of two Mediterranean shrubs. Funct Ecol, 12:31-38.
CONCEIÇÃO, AA; JR PIRANI & ST MEIRELLES. 2007. Floristics, structure and soil of insular vegetation in four quartzite-sandstone outcrops of “Chapada Diamantina”, Northeast Brazil. Rev Bras Bot, 30:641-656.
DANTAS, V; MA BATALHA & JG PAUSAS. 2013. Fire drives functional thresholds on the savanna-forest transition. Ecology, 94:2454-2463.
HALLÉ, F; RAA OLDEMAN & PB TOMLINSON. 1978. Tropical trees and forests. Springer-Verlag. Berlin. 310 pp.
HARIDASAN, M. 2000. Nutrição mineral de plantas nativas do cerrado. R Bras Fisiol Veg, 12:54-64.
HERNÁNDEZ, EI; JG PAUSAS & A VILAGROSA. 2011. Leaf physiological traits in relation to resprouter ability in the Mediterranean Basin. Plant Ecol, 212:1959-1966.
LAMONT, BB & KS DOWNES. 2011. Fire-stimulated flowering among resprouters and geophytes in Australia and South Africa. Plant Ecol, 212:2111-2125.
LAWES, MJ; A RICHARDS; J DATHE & JJ MIDGLEY. 2011. Barck thickness determines fire resistance of selected tree species from frire-prone tropical savana in North Australia. Plant Ecol, 212:2057-2069.
LEHMANN, CER; LD PRIOR; RJ WILLIAMS & DMJS BOWMAN. 2008. Spatio-temporal trends in tree cover of a tropical mesic savanna are driven by landscape disturbance. J Appl Ecol, 45:1304-1311.
LEMOS FILHO, JP & RMS ISAIAS. 2004. Comparative stomatal condutance and chlorophyll a fluorescence in leaves vs. fruits of the cerrado legume tree, Dalbergia miscolobium. Braz J Plant Physiol, 16:89-93.
LORENZI, H. 2000. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. 2da ed. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, Brasil. 384 pp.
MADEIRA, JA & GW FERNANDES. 1999. Reprodutive phenology o sympatric taxa of Chamaecrista (Leguminosae) in Serra do Cipó, Brazil. J Trop Ecol, 15:463-479.
MATOS FILHO, A & CT RIZZINI. 1960. Contribuição ao estudo de Vochysia thyrsoidea POHL. (Vochysiaceae). Rodriguésia, 23/24(35/36):83-98.
MEDINA, BMO & GW FERNANDES. 2007. The potential of natural regeneration of rocky outcrop vegetation on rupestrian field soils in "Serra do Cipó", Brazil. Rev Bras Bot, 30:665-678.
MOLINAS, ML & D VERDAGUER. 1993. Lignotuber ontogeny in the cork-oak (Quercus suber; Fabaceae). Am J Bot, 80:182-191.
MOREIRA, B; J TORMO & JG PAUSAS. 2012. To resprout or not to resprout: factors driving intraspecific variability in resprout. Oikos, 121:1577-1584.
NEVES, SPS & AA CONCEIÇÃO. 2010. Campo rupestre recém-queimado na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil: plantas de rebrota e sementes, com espécies endêmicas na rocha. Acta Bot Bras, 24:697-707.
PAUSAS, JG; JE KEELEY & M VERDÚ. 2006. Inferring differential evolutionary processes of plant persistence traits in Northern Hemisphere Mediterranean fire-prone ecosystems. J Ecol, 94:31-39.
PAUSAS, JG; RA BRADSTOCK; DA KEITH; JE KEELEY & GCTE FIRE NETWORK. 2004. Plant functional traits in relation to fire in crown-fire ecosystems. Ecology, 85:1085-1100.
PAVIANI, TI & M HARIDASAN. 1988. Tuberosidade em Vochysia thyrsoidea Pohl. Ciência e Cultura, 40:998-1003.
POREMBSKI, S. 2007. Tropical inselbergs: habitat types, adaptive strategies and diversity patterns. Rev Bras Bot, 30:579-586.
RIBEIRO, MC & JEC FIGUEIRA. 2011. Uma abordagem histórica do fogo no Parque Nacional da Serra do Cipó, Minas Gerais - Brasil. Biodiversidade Brasileira, 1:212-227.
SCWILK, DW & JE KEELEY. 2006. The role of fire refugia in the distribution of Pinus sabiniana (Pinaceae) in the southern Sierra Nevada. Madroño, 53:364-372.
WAGNER, R; FF SIMAS; GL SASSAKI; M IACOMINI; MA SILVA & PAJ GORIN. 2008. A high-viscosity glycoglucuronomannan from the gum exudate of Vochysia thyrsoidea: Comparison with those of other Vochysia spp. Carbohyd Polym, 72:382-389.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2015 Barbara de Carvalho Barbosa, Viviane Siqueira Cappi, Sérvio Pontes Ribeiro, Wilson Fernandes

Esta obra está bajo una licencia Creative Commons Reconocimiento 3.0 Unported.
Las/os autoras/es conservan sus derechos de autoras/es: 1) cediendo a la revista el derecho a su primera publicación, y 2) registrando el artículo publicado con una Licencia de Atribución de Creative Commons (CC-BY 4.0), lo que permite a autoras/es y terceros verlo y utilizarlo siempre que mencionen claramente su origen (cita o referencia incluyendo autoría y primera publicación en esta revista). Las/os autores/as pueden hacer otros acuerdos de distribución no exclusiva siempre que indiquen con claridad su origen, así como compartir y divulgar ampliamente la versión publicada de su trabajo.