Avaliação ambiental do rio Pandeiros utilizando macroinvertebrados como indicadores de qualidade da água

Autores/as

  • Renan de Souza Rezende Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil. Universidade Federal de Santa Catarina. Campus Universitário Trindade, Laboratório de Limnologia, Florianópolis, Brasil.
  • Anderson Medeiros Dos Santos Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil
  • José F. Gonçalves Junior Universidade de Brasília, Brasília, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.25260/EA.12.22.3.0.1221

Palabras clave:

ecologia de rios, EPT, BMWP-CETEC, protocolo de avaliação rápida

Resumen

O objetivo deste trabalho foi avaliar as condições ecológicas da bacia do rio Pandeiros com base em métricas das comunidades de invertebrados bentônicos (coletados por meio de Surber), amostradas em 20 pontos de fevereiro, maio, setembro e novembro de 2008 ao longo de uma bacia e as respectivas características limnológicas de cada local. Para isso foram calculadas, levando em consideração como replicas os quatro períodos amostrais (fevereiro, maio, setembro e novembro de 2008), a porcentagem de Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera (%EPT), o índice de qualidade de água BMWP-CETEC (Biological Monitoring Working Party) e o Protocolo de avaliação rápida. Um total de 17468 invertebrados foram coletados, distribuídos em 67 taxa. A Classe Insecta apresentou maior número de indivíduos e se distribuiu em 52 famílias. A elevada diversidade de taxa indica uma alta preservação da bacia com potencialidade em atuar como área de referência para avaliar a qualidade de água em outras bacias hidrográficas. Os trechos alto e médio da bacia apresentaram boa qualidade da água e não distinguiu entre si. O trecho mais a jusante da bacia, principalmente perto da foz com o Rio São Francisco, é a região mais urbanizada e com grande atividade agropecuária, apresentando os piores índices de qualidade da água. Ambas as métricas utilizadas baseadas na comunidade de invertebrados bentônicos (%EPT e BMWP-CETEC) e o Protocolo de Avaliação Rápida foram eficazes na avaliação de impactos antrópicos. Assim estes resultados apesar de serem específicos para bacia do rio Pandeiros permitem que suas conclusões gerais possam ser utilizadas para outros locais de região tropical do bioma Cerrado.

Citas

ALLAN, JD. 2004. Landscapes and riverscapes: the influence of land-use on stream ecosystems. Annu. Rev. Ecol. Evol. Syst., 35:257-84.

BEEBY, A. 1993. Applying Ecology. London: Chapman & Hall.

BURKI, E; R ROTHEN & A SCHOLL. 1978. Koexstenz von zwei cytolgisch verschiedenen Populationen der zuckmucke Chironomus plumosos im Murtensee. Rev. Suisse Zoo., 85:625-634.

CALLISTO, M & JFGJR GONÇALVES. 2005. Bioindicadores bentônicos. Pp. 371-379 in: Roland F; D César & M Marinho. Lições de limnologia.

CALLISTO, M & P MORENO. 2008. Programa de biomonitoramento de qualidade de água e diodiversidade bentônica na bacia do Rio das Velhas. Projeto Manuelzão: a história da mobilização que começou em torno de um rio, 1:107-121.

CALLISTO, M; JFGJR GONÇALVES & M GRACA. 2007. Leaf litter as a possible food source for chironomids in headwater streams. Rev. Bras. Zool., 24:442-448.

CALLISTO, M; W FERREIRA; P MORENO; MDC GOULART & M PETRUCIO. 2002. Aplicação de um protocolo de avaliação rápida da diversidade de habitats em atividades de ensino e pesquisa (MG-RJ). Acta Limnol. Bras., 14:91-98.

CARMOUZE, JP. 1994. O Metabolismo dos Ecossistemas Aquáticos. Fundamentos teóricos, métodos de estudo e análises químicas. São Paulo: Edgard Blücher/FAPESP. Pp. 253.

CLARKE, KR. 1993. Non-parametric multivariate analyses of changes in community structure. Aust. J. Ecol., 18:117-43.

CORTES, R; S VARANDAS; A TEIXEIRA; SJ HUGHES; J MAGALHÂES; ET AL. 2011. Effects of landscape metrics and land-use variables on macroinvertebrate communities and habitat characteristics. Limnetica, 30:347-362.

DOLÉDEC, S; N PHILLIPS & C TOWNSEND. 2011. Invertebrate community responses to land use at a broad spatial scale: trait and taxonomic measures compared in New Zealand rivers. Freshwater Biol., 56:1670-1688.

DUDGEON, D; AH ARTHINGTON; MO GESSNER; ZI KAWABATA; DJ KNOWLER; ET AL. 2006. Freshwater biodiversity: importance, threats, status and conservation challenges. Biol. Review, 81:163-1826.

FERREIRA, WR; LT PAIVA & M CALLISTO. 2011. Development of a benthic multimetric index for biomonitoring of a neotropical watershed. Braz. J. Biol., 71:15-25.

FONSECA, EMB; WR GROSSI; RA FIORINE & NJS PRADO. 2008. PCH Pandeiros: uma complexa interface com a gestão ambiental regional. VI Simpósio Brasileiro Sobre Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas. Belo Horizonte - MG.

GAFNER, C & CT ROBINSON. 2007. Nutrient enrichment influences the responses of stream macroinvertebrates to disturbance. J. N. Am. Benthol. Soc., 26:92-102.

GALDEAN, N; M CALLISTO & FAR BARBOSA. 2000. Lotic Ecosystems of Serra do Cipó, southeast Brazil: water quality and a tentative classification based on the benthic macroinvertebrate community. Aquat. Ecosys. Health Manage., 3:545-552.

GONÇALVES, JFJR; FA ESTEVES & M CALLISTO. 2003. Chironomids colonization in Nymphaea ampla L. detritus during a degradative ecological succession experiment in a Brazilian coastal lagoon. Acta Limnol. Bras., 15:1-27.

GONÇALVES, JFJR; RS REZENDE; J FRANÇA & M CALLISTO. 2012. Invertebrate colonisation during leaf processing of native, exotic and artificial detritus in a tropical stream. Mar. Freshwat. Res. 63:428-439.

GOULART, M & M CALLISTO. 2003. Bioindicadores de qualidade de água como ferramenta em estudos de impacto ambiental. Rev. FAPAM, 2:1-22.

GUALDONI, CM; CA DUARTE & EA MEDEOT. 2011. Ecological status of two mountain streams of the south of Cordoba, Argentina. Ecol. Austral, 21:149-162.

HAMMER, Ø; DAT HARPER & PD RYAN. 2001. PAST: Paleontological Statistics Software Package for Education and Data Analysis. Palaeont. Electronica, 4:1-9.

HAWKS, HA. 1997. Origin and development of the Biological Monitoring Working Party system. Water Research, 32:964-968.

JUNQUEIRA, VM & SCM CAMPOS. 1998. Adaptation of the ‘’BWMP‘’ Method for Water Quality Evaluation to rio das Velhas watershed (Minas Gerais, Brazil). Acta Limnol. Bras., 10:125-135.

JUNQUEIRA, VM & SCM CAMPOS. 1998. Adaptation of the ‘’BWMP‘’ Method for Water Quality Evaluation to rio das Velhas watershed (Minas Gerais, Brazil). Acta Limnol. Bras., 10:125-135.

LEGENDRE, P & L LEGENDRE. 1998. Numerical Ecology. English Ed. Elsevier.

LEWINSOHN, TM & PI PRADO. 2002. Biodiversidade brasileira: síntese do estado do conhecimento atual. São Paulo: Contexto Acadêmica. Pp. 139-144.

LEWINSOHN, TM & PI PRADO. 2005. Quantas especies há no Brasil? Megadiversidade, 1:36-51.

LOPES, MJN; MSR SILVA; RTM SAMPAIO; ELL BELMONT & CS SANTOS-NETO. 2008. Avaliação preliminar da qualidade da água de bacias hidrográficas de Manaus utilizando o método BMWP adaptado. SaBios, 3:1-9.

MAGNUSSON, WE. 2001. Time in Hydrology. Facets of Hydrology II. New York:. IN Rodda. Pp. 249-290.

MERRIT, RW & KW CUMMINS. 1996. An introduction to the aquatic insects of North America. 3rd edition. Dubuque: Kendall/Hunt Publishing Company. Pp. 862.

MERTEN, GH & JP MINELLA. 2002. Qualidade da água em Bacias Hidrográficas rurais: um desafi o atual para a sobrevivência futura. Agroecol. Desenv. Rural Sustent., 3:33-38.

METZELING, L; B CHESSMAN; R HARDWICK & V WONG. 2003 Rapid assessment of rivers using macroinvertebrates: the role of experience, and comparisons with quantitative methods. Hydrobiologia, 510:39-52.

MONTEIRO, TR; LG OLIVEIRA & BS GODOY. 2008. Biomonitoramento da qualidade de água utilizando macroinvertebrados bentônicos: adaptação do índice biótico BMWP à bacia do rio Meia Ponte-GO. Oecol. Bras., 12:553-563.

MORENO, P; M CALLISTO. 2005. Bioindicadores de qualidade de água ao longo da Bacia do Rio das Velhas (MG). In: Bioindicadores de qualidade de água. 5a ed. Brasília: Embrapa. Pp. 95-116.

MORGAN, F; AM OLIVEIRA & M CALLISTO. 2006. Inventário da diversidade de macroinvertebrados bentônicos no reservatório da estação ambiental de Peti, MG, Brasil. Neotrop. Biol. Cons., 1:17-23.

NESSIMIAN, JL; EM VENTICINQUE; J ZUANON; P DE MARCO; M GORDO; ET AL. 2008. Land use, habitat integrity, and aquatic insect assemblages in Central Amazonian streams. Hydrobiologia, 614:117-131.

NOLTE, U. 1986. Erstbesiedlung kunstlicher kleingewasser und primare Sukzession des Makrozoobenthos unter besonderer Berucksichtigung der Chironomidae (Diptera) – Feldexperimente in Zentralamazonien. Mathematisch – Tese de Doutorado. Naturwissenschaflichen Fachbereiche der Georg-Universitat zu Gottingen.

OMETO, JP; LA MARTINELLI; MV BALLESTER; A GESSNER; V KRUSCHE; ET AL. 2000. Effects of land use on water chemistry and macroinvertebrates in two streams of the Piracicaba river basin, Southeast Brazil. Freshwater Biol., 44:327-337.

PAZ, A; P MORENO; L ROCHA & M CALLISTO. 2008. Efetividade de Áreas Protegidas na conservação da qualidade das águas e biodiversidade aquática em sub-bacias de referência no Rio das Velhas (MG). Neotrop. Biol. Cons., 3:149-158.

REZENDE, RS; JFJR GONÇALVES & MM PETRUCIO. 2010. Leaf breakdown and invertebrate colonization of Eucalyptus grandis (Myrtaceae) and Hirtella glandulosa (Chrysobalanaceae) in two Neotropical lakes. Acta Limnol. Bras., 22:23-34.

RIBEIRO, LO & VS UIEDA. 2005. Estrutura da comunidade de macroinvertebrados bentônicos de um riacho de Serra do Itatinga, São Paulo, Brasil. Rev. Bras. Zoo., 22:613-618.

ROLDÁN, GP. 1988. Guía para el estudio de los macroinvertebrados acuáticos del Departamento de Antioquia. Bogotá: Fondo Fen Colombia, Colciências, Ed. Universidad de Antioquia.

ROLDÁN, GP. 2001. Los macroinvertebrados acuáticos y su uso como indicadores de la calidad del agua. Editorial Presencia, Bogotá. Colombia.

ROSENBERG, DM & VH RESH. 1993. Freshwater biomonitoring and benthic macroinvertebrates. New York: Chapman & Hall. Pp. 488.

ROY, AH; AD ROSEMOND; MJ PAUL; DS LEIGH & JB WALLACE. 2003. Stream macroinvertebrate response to catchment urbanisation (Georgia, U.S.A.). Freshwater Biol., 48:329-346.

RUARO, R; M AGUSTINI & F ORSSATTO. 2010. Avaliação da qualidade da água do rio Clarito no município de Cascavel (PR), através do índice BMWP adaptado. SaBios, 5:1-08.

SANDIN, L & RK JOHNSON. 2000. The statistical power of selected indicator metrics using macroinvertebrates for assessing acidification and eutrophication of running waters. Hydrobiologia, 422:233-243.

SANDIN, L & RK JOHNSON. 2000. The statistical power of selected indicator metrics using macroinvertebrates for assessing acidification and eutrophication of running waters. Hydrobiologia, 422:233-243,

SCRIMGEOUR GJ & S KENDALL. 2003. Effects of livestock grazing on benthic invertebrates from a native grassland ecosystem. Freshwater Biol., 48:347-62.

SILVA, JMC & JM BATES. 2002. Biogeographic patterns and conservation in the South American cerrado: a tropical savanna hotspot. BioScience, 52:225-233.

SMITH, MJ; WR KAY; DHD EDWARD; PJ PAPAS; K RICHARDSONM; ET AL. 1999. AusRivAS: using macroinvertebrates to assess ecological condition of rivers in Western Australia. Freshwater Biology, 41:269-282.

STARK, JD; I BOOTHROYD; J HARDING; J MAXTED & M SCARSBROOK. 2001. Protocols for Sampling Macroinvertebrates in Wadeable Streams. New Zealand Macroinvertebrate Working Group, Report No. 1. Prepared for the Ministry for the Environment. Sustainable Management Fund Project No. 5103. Pp. 57. www.caw thron.org.nz/coastal-freshwater-resources/downloads. html. Last accessed: January 3rd, 2012.

STODDARD, JL; DV PECK; SG PAULSEN; J VAN-SICKLE; CP HAWKINS; ET AL. 2005. An ecological assessment of western streams and rivers. EPA 620/R-05/005, U.S. Washington, DC: Environmental Protection Agency.

STRAHLER, AN. 1963. The Earth Sciences. Harper & Row, New York, NY. YUNG-CHUL, J; K NAN-YOUNG; K SOON-JOK; H SEUNG-CHUL; H IN-CHUL; ET AL. 2011. Effects of land use on benthic macroinvertebrate communities: Comparison of two mountain streams in Korea. Ann. Limnol. - Int. J. Lim., 47:35-49.

Descargas

Publicado

2012-12-01

Cómo citar

de Souza Rezende, R., Dos Santos, A. M., & Gonçalves Junior, J. F. (2012). Avaliação ambiental do rio Pandeiros utilizando macroinvertebrados como indicadores de qualidade da água. Ecología Austral, 22(3), 159–169. https://doi.org/10.25260/EA.12.22.3.0.1221